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Caminos de Santiago desde Braga

Caminho da Geira e dos Arrieiros (CGA)

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Terras de Bouro guarda um caminho milenar que também vai dar a Santiago

Posted in: _Todas, Ano 2017, Asociacións e colaboradores, Prensa e publicacións | 11/09/2017

Já há peregrinos que rumam a Santiago através do caminho utilizado na Idade Média. Quem já o atravessou, diz que é um convite à “descoberta”, dada a falta das mesmas condições dos itinerários já conhecidos. A homologação é um objectivo, diz presidente da Câmara de Terras de Bouro.

A Jeira, via construída quando os romanos controlavam a Península Ibérica, segue por Terras do Bouro até entrar no país vizinho pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês. Quase desconhecido, sem grandes infra-estruturas, é um desafio para quem quer chegar a Compostela por trilhos desconhecidos. Por isso, a câmara local pretende homologar o trajecto como um dos caminhos de Santiago mas para isso é necessária a requalificação do troço e a instalação de um albergue.

O troço ainda conservado da Via XVIII, itinerário construído no império romano para ligar a antiga Braga e a antiga Astorga, cidade hoje integrada na comunidade autónoma de Castela e Leão, em Espanha, atravessa o concelho de Terras de Bouro ao longo da margem esquerda do rio Homem num traçado que se adentra pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês, passando na albufeira de Vilarinho das Furnas, onde se vislumbram algumas das ruínas da aldeia submersa, até atingir a fronteira na Portela do Homem e seguir para Espanha.

Os marcos milenários da Jeira, nome pelo qual a estrada é reconhecida, continuam a testemunhar uma via de comunicação inicialmente criada para facilitar as marchas de legiões do exército do Império Romano no noroeste da Península Ibérica, mas que, durante a Idade Média, serviu de rota para os peregrinos que rumavam a Santiago de Compostela, indica o livro Ir a Santiago através da Jeira, da autoria de Costa Guimarães, que foi apresentado a 5 de Agosto, nos Paços do Concelho de Terras de Bouro. Nele se enaltece o seu “traçado bem estruturado” por “permitir galgar troços de montanha sem subidas ou descidas acentuadas”.

A obra, que se apoia numa bibliografia com o trabalho de alguns historiadores e aponta o último terço do século I d.C. como o período de construção da via, surgiu numa fase em que se trabalha para garantir a homologação do percurso como um dos caminhos de Santiago, uma intenção divulgada no final de Março deste ano, numa apresentação no Museu D. Diogo de Sousa, em Braga, e que contou com a presença de associações jacobeias. O traçado, de 261 quilómetros de extensão, liga Braga a Santiago e passa pela Jeira, virando para oeste na cidade galega de Lobios rumo à Catedral de Santiago, ao invés de seguir para norte, em direcção a Ourense.

O presidente da Câmara de Terras de Bouro, Joaquim Viana, referiu ao PÚBLICO que “está tudo a ser preparado para a homologação do percurso” e considerou que a obra de Costa Guimarães sobre a Jeira enquanto itinerário para Santiago, promovida pelo município, é “mais um contributo para a concretização desse projeto”.

“A nossa intenção primeira ao editar o livro foi a preservação do património histórico e cultural do município e reforçar a importância da Jeira como um dos caminhos de Santiago, muito utilizado na época medieval”, explicou o responsável por um dos concelhos atravessados pelo itinerário, além de Braga e de Amares. Joaquim Viana disse ter “conhecimento” de pessoas que completaram o caminho através da Jeira, mas reiterou que, com a homologação, será necessário garantir as “condições necessárias” para favorecer a “segurança” e a “pernoita” dos peregrinos.

Faltam obras e albergue

O autarca de Terras de Bouro revelou que a “sinalização” e a “reparação” da Jeira são processos importantes, não apenas devido à possível homologação enquanto caminho de Santiago, mas igualmente por causa da antiga via romana ser “um monumento nacional em toda a sua extensão”, cuja melhoria requer a “autorização das entidades ligadas ao património histórico e cultural nacional” e o reconhecimento do Ministério da Cultura.

“O que pretendemos é a reparação do percurso e, acima de tudo, a sua sinalização. Há zonas em que o caminho está com difíceis condições para caminhar, e são precisas intervenções”, esclareceu.

O “descanso dos peregrinos” é a outra prioridade para a requalificação da Jeira. Joaquim Viana reconheceu que os espaços disponíveis se resumem às “casas de turismo em espaço rural”, no Campo do Gerês, e ao parque de campismo da Cerdeira, o qual garantiu ter “todas as condições para acolher peregrinos ao longo do ano”, e confirmou a vontade de instalar um albergue na Portela do Homem, onde “já existe um edifício que é do município”, com “condições para funcionar” em tais moldes.

Um desafio de “orientação”

Um grupo de quatro peregrinos atravessou, no final de Agosto, a Jeira rumo a Santiago. Com cinco caminhos já nas pernas, Justina Vilaça saiu de Braga no sábado, para percorrer o sexto através da outrora estrada romana, mas a passagem foi marcada pelo “calor” que se abateu sobre Terras de Bouro e levou as forças quer de “vigilância”, quer de “segurança” a quererem proibir a passagem. Apesar da condicionante, desbloqueada pelo facto de outra das mulheres do quarteto, Rute Martins, ser “residente” no concelho, a professora, de 57 anos, frisou que este caminho “marca especialmente” pela sensação de “descoberta” e pelo “desafio muito grande” de se “desbravar” um “terreno” ainda pouco utilizado, como o comprova a necessidade do GPS.

“Há algumas setas, mas são descontinuadas e, ao ver uma, não posso garantir logo que seja do Caminho de Santiago. Pode referir-se a uma actividade da localidade. Estou sempre de pé atrás”, indicou.

Outro dos peregrinos do grupo, Henrique Malheiro, salientou, poucos dias antes do início do caminho, que as dificuldades de “orientação” derivadas da ausência de setas incentivam cada pessoa a percorrê-lo como quer ou pode. Mas as dificuldades do itinerário estendem-se para além da orientação. A inexistência dos “albergues” que pontuam os caminhos homologados torna o itinerário “muito mais dispendioso”, diz Henrique.

“As dormidas estarão na ordem dos 25 a 30 euros, enquanto que, num albergue do caminho de Santiago, se pode dormir por cinco, seis euros”, indica, revelando que o grupo contornou o problema com pedidos de espaço para dormida quer a entidades de poder local, quer a “associações espanholas”, de apoio aos peregrinos.

“A diferença deste caminho é grande. Não está vendido a interesses ou a comércio. Neste caminho, somos capazes de nos enganar por bloqueio da vegetação e de nos esbarramos num cruzeiro, numa capela, num moinho, uma paisagem”, diz Leonel Pereira, peregrino que concluiu o caminho a 24 de Junho.

Com cinco caminhos também já percorridos, Henrique agendou o sexto para o final de Agosto, com uma etapa de 17 quilómetros em que a “vontade de acabar” é “muito grande” e supera quer a “fome”, quer o “cansaço”.

Outros peregrinos já percorreram o caminho em 2017. Leonel Pereira aproveitou os três fins-de-semana prolongados disponíveis no calendário para rumar a Santiago de Compostela pela terceira vez, depois de o ter feito de bicicleta na primeira ocasião e a pé na segunda. O vimaranense, de 45 anos, atravessou a Jeira em Fevereiro, no fim-de-semana do Carnaval, e, depois de ter assistido, em Braga, à apresentação do Caminho Jacobeu Minhoto Ribeiro, optou por fazer esse percurso, a solo, até chegar à Catedral de Santiago, a 24 de Junho, ao invés de seguir o plano inicial de seguir até Ourense e entrar noutro caminho.

O peregrino disse ter sentido uma “diferença total” em relação aos caminhos que já fizera, pelas “vivências muito íntimas”, pela “aventura” que cada aldeia, vila ou cidade apresentava e pela ausência de albergues e outras estruturas de apoio, típicas de outros caminhos. “O difícil é não nos surpreendermos. Há plena autonomia para sobreviver em aldeias onde a ruralidade é muito vincada. O único local mais desenvolvido e bonito, Ribadavia [Galiza] foi onde me senti pior”, resumiu.

 

Artigo publicado no xornal Publico.pt

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