Início em Braga dia 19/08/2017 e chegada a Santiago no dia 27/08/2017.
A preparação para este caminho fez-se ao longo de 3 meses, durante os quais pesquisei na Internet e conversei com vários peregrinos que já o tinham feito.
Desde o início nos foi oferecido apoio pelo Xoan Pablo Lorenzo Farina e pela Asoc. Codeseda Viva. Entretanto, obtivemos também ajuda da Câmara de Cortegada. Assim, tivemos apoio desde Cortegada até Santiago.
A nossa primeira caminhada com auxílio de GPS ocorreu 3 semanas antes de iniciar o caminho a Santiago, mas que desde logo se mostrou bastante acessível para principiantes. Na aplicação do telemóvel carreguei o trilho fornecido e atualizado pela Asoc. Codeseda Viva, o principal trilho pelo qual nos guiámos. Carreguei também outros trilhos alternativos para o caso de surgir algum erro ou imprevisto. Tentámos ir bem preparados, dado que seria a nossa primeira caminhada a Santiago seguindo o trilho de GPS em vez das flechas.
A primeira etapa foi feita sob um grande calor, pouco próprio para caminhar, mas conseguimos chegar a Terras de Bouro cerca das 15:30h.
O calor manteve-se na segunda etapa e, com alguns desvios no Gerês, chegámos a Bubaces (Lobios) por volta das 19h, onde dormimos na Pension As Termas.
Na terceira etapa estava previsto caminharmos até Entrimo, mas como ainda era cedo quando lá passámos resolvemos continuar até Castro Laboreiro, onde chegámos já perto das 20:00h. Esta etapa mostrou-se bastante dura, devido aos vários desníveis e os últimos 3kms muito difíceis. A dormida e o jantar foram no Hotel Miracastro.
A quarta etapa levou-nos até Cortegada, sempre com muito calor. Tivemos uma descida passados poucos kms de Castro Laboreiro, muito técnica. Entretanto, fizemos vários kms em alcatrão até chegarmos às margens do rio Minho. Depois de algumas subidas e descidas chegámos ao final desta etapa. Dormimos no pavilhão polidesportivo, gentilmente cedido pelo Concelho de Cortegada.
Na quinta etapa, feita já totalmente em Espanha, fomos até Béran, tendo passado por Ribadavia e Beade. Quando chegamos a Béran tínhamos à nossa espera Xoan Pablo Lorenzo Farina e Merche Gonzalez que nos acolheram em sua casa e onde fomos presenteados com excelentes refeições e dormida. O Xoan Pablo também nos falou sobre a História do Caminho e sobre o processo de fabrico de Vinagre Artesanal e do valor deste para os peregrinos. Estaremos sempre gratos por todo o carinho com que fomos acolhidos.
Na sexta etapa fomos acompanhados até Lebosende pelo Xoan Pablo e pela Merche, num percurso há já muitos anos utilizado e cheio de História.
Seguimos para Pazos de Arenteiro, onde conhecemo a Dª. Maria (portuguesa) que nos ofereceu o desayuno. Mais adiante, cerca de 2 kms, encontrámos a Dª. Celsa que nos relatou as dificuldades que iríamos encontrar no Caminho (grandes subidas!) e, à despedida, nos pediu que rezássemos em Santiago por suas intenções. Após passarmos as duras subidas para as quais a Dª. Celsa nos tinha alertado, chegámos (bastante cansados!) a Fèas onde comemos e repousámos. Aqui também nos ofereceram um sofá para descansar mais comodamente. De seguida, ultrapassámos mais um grande desnível até que chegámos a Beariz. Esta etapa foi, na realidade, muito dura, tanto pelo calor como pelas diferenças de altitude com que nos deparámos. Em Beariz e, já com apoio da Asoc. Codeseda Viva, ficámos instalados no Centro Social de Beariz, onde a Dª. Josefina amavelmente nos informou das condições e deu dicas sobre o que poderíamos encontrar nesta sua terra.
A sétima etapa foi-nos menos difícil, devido ao nevoeiro matinal e ao percurso menos sinuoso do que o do dia anterior. Depois de passarmos pela Ponte de Gomail e, avistarmos a Cruz de A Grela, fomos até Codeseda onde conhecemos o Alfonso. Aí fomos recebidos pelo Carlos, que nos levou ao albergue em Sabucedo onde pernoitamos; o jantar foi na Asoc. Rapa das Bestas. Mais tarde, e também na companhia do Jorge, fomos conhecer a Igreja de Codeseda e sua importância histórica no Caminho.
Nesta etapa queremos agradecer ao Carlos e ao Jorge da Asoc. Codeseda Viva que muito nos ajudaram na logística das etapas de Beariz, Codeseda e Pontevea e no envio sempre pronto e atualizado do track para o GPS. Sem esta ajuda e, principalmente nestas etapas, este caminho seria bem mais difícil de percorrer e concretizar.
Na oitava etapa saímos de Sabucedo e ao fim de uma hora voltamos a passar em Codeseda e onde o Alfonso nos ofereceu um pão enorme, acabado de sair de forno! Continuamos o caminho até Tabeirós e A Estrada, num percurso muito plano e agradável. Chegámos a Pontevea por volta das 14h.
Em Pontevea o nosso contacto, disponibilizado pela Asoc. Codeseda Viva, era o Izidro que com a sua irmã nos indicou onde poderíamos dormir e comer. A dormida foi no Hostel Rural Albeitaria, cujas instalações nos surpreenderam positivamente, dada a sua qualidade. Durante o jantar (que se prolongou pela noite), o Izidro conversou muito connosco, falando, entre outros, acerca do Caminho e da História de Pontevea. Deixámos também um agradecimento especial ao Izidro pelo carinho e amizade com que nos recebeu e que marcou este nosso caminho.
Na nona e última etapa, após passarmos por Rariz, Sistelo e Águas Mansas, chegámos a Santiago! À entrada na cidade desligámos o GPS e caminhámos pela cidade até encontrar a Catedral. Fomos à Oficina do peregrino, depois ao albergue e às 18h fomos assistir à missa, onde infelizmente não tivemos oportunidade de ver, mais uma vez, o Botafomeiro.
Novamente, gostaríamos de deixar o nosso muito obrigado a todos os que encontrámos neste Caminho e conversaram connosco e a todos os que nos apoiaram.
Este Caminho foi muito introspetivo e solitário. As principais dificuldades com que nos deparámos foram a falta de flechas e pontos de apoio, pelo que tivemos de caminhar sempre com muita água e comida nas mochilas. Apesar de em alguns locais a progressão ser feita com alguma dificuldade devido ao mato e silvas, o caminho está visível e não foi preciso recorrer a “corta mato”.