De Braga a Santiago de Compostela
28/05/2018 a 30/05/2018
Normalmente somos 4:
Paulo Cerqueira, João Martins, Pedro Martins e Jaime Martins.
O Jaime colocou-nos o “bichinho” pelos Caminhos de Santiago, é o mais experiente neles, já conta com cerca de 9 idas.
A Nossa aventura anual começou em 2013, o nosso primeiro Caminho foi o Caminho Português, depois já fizemos de Braga pela Geira até Ourense e seguimos a Via de Prata, Caminho Interior, Caminho da Costa, parte do Caminho Francês (desde Astorga) e decidimos este ano fazer o Caminho da Geira e dos Arrieiros.
Arrancamos na Madrugada de Braga no dia 28, o nosso objetivo do dia era chegar a Castro Laboreiro.
A Geira já não é desconhecida para nós, mas não deixa de ser deslumbrante, capta-nos com as paisagens verdejantes, animais, “ar puro”. A Geira está devidamente assinalada, basta seguir os marcos. Com chuva é mais difícil o seu trajeto, a abundancia de água não ajuda.
Sem dúvida um dos pontos altos deste caminho. Paisagens de perder o folgo.

Pola Geira
Sem percalços, conseguimos chegar á hora de almoço perto de Lobios, já estávamos bastante adiantados. Deixamos para de tarde aquilo que prevíamos, uma grande subida até Castro Laboreiro. Recomenda-se abastecer de água em Lobios, não vimos pontos para abastecer.

Barragem de Vilarinho das Furnas
Chegada ao Hotel, ficamos no hotel Mira Castro, dormimos e jantamos lá. Pessoas atenciosas, sem nada a apontar. Pedimos para virem um bocadinho mais cedo no dia seguinte para tentarmos arrancar com o pequeno-almoço tomado e vieram.
A partir daqui era tudo desconhecido para nós, mas sabíamos o que nos esperava neste segundo dia, sem dúvida o mais duro que fizemos até hoje em todos os caminhos, com muitas subidas, obrigados praticamente a andar com as bicicletas á mão.
Dia marcado com muita chuva, piso extremamente molhado, muito difícil de andar montado na bicicleta.
Este trajeto, Castro Laboreiro – Soutelo de Montes, já tem algumas sinalizações do Caminho, mas ainda tem muito para se fazer. O Caminho também não está limpo em alguns locais o que dificulta a sua passagem, sem o GPS jamais chegaríamos ao nosso destino.

Os peregrinos en Soutelo de Montes (Forcarei)
Tivemos 12 longas horas em cima da bicicleta. Chegamos á pensão por volta das 20h da noite (hora Portuguesa).
A sra. responsável pela pensão (pensão São Roque) sem dúvida uma das pessoas mais atenciosas que encontramos no Caminho. Á Terça-Feira é o dia em que o Restaurante está fechado para descanso do pessoal, mas isso não a impediu de abrir o restaurante para nós os 4 e nos deu uma refeição quentinha que tanto precisava-mos para recuperar as energias do doloroso dia.
3º e ultimo dia, tínhamos cerca de 60km para a nossa meta. Santiago de Compostela já estava á nossa frente.
Arrancamos de Soutelo dos Montes cedinho, este último dia não foi tão difícil, as bicicletas rolaram bem até Santiago.
Para quem viaja de bicicleta, deixo a seguinte dica.
Na vinda para Portugal, nós não temos nenhum carro “Vassoura”, normalmente regressamos de autocarro ou de comboio. Mas de autocarro fica um pouco difícil porque 4 bicicletas normalmente não autorizam e a viagem não é tão confortável e barata.
Desta vez regressamos de comboio até Vigo e depois em outro comboio até Nine, apanhando de seguida o das 21h para Braga. A maneira que encontramos que conseguir viajar com a bicicleta e não pagarmos nada por a transportar foi a “tornarmos” a nossa bagagem e de salientar também que cada comboio está limitado a 3 bicicletas “montadas”. Levamos um rolo de filme para embalagem e embalar da melhor maneira possível. Trouxemos assim as mesmas sem quaisquer problemas.

En Santiago de Compostela
Fica deste caminho como pontos positivos as paisagens e os animais, inclusive vimos um corso. Como aspeto menos positivo a falta de marcação e a mata pouco limpa.
Quem sabe um caminho a repetirmos daqui a uns anos.
Até lá, “BONS CAMINHOS!”