Carlos e Gonçalo Neves – Póvoa de Santa Iria

De Campo do Gerês até Santiago de Compostela
28/05/2018 a 02/06/2018

Agradeço em primeiro lugar o Guia do Peregrino, cuja informação foi muito importante para a concretização desta caminhada, com início em Campo do Gerês até Santiago de Compostela.

Trata-se de um caminho maravilhoso, com as suas dimensões espiritual, cultural e patrimonial mas muito difícil de realizar. Em anexo envio o nosso planeamento e a execução com os respetivo dados obtidos pelo GPS Dakota 20 Garmin. Nota-se que deve ser feito um esforço de coordenação entre as entidades municipais e alcaides atravessadas pelo caminho, não só na sua marcação como na sua manutenção.

Um caminho que aspira a ser homologado pelas entidades responsáveis de Santiago de Compostela tem de ser cuidado e promovido. Em muitas localidades,algumas organizações locais, empresas de restauração e de alojamento, ainda não estão sensibilizadas para o valor acrescentado que este caminho pode trazer para o desenvolvimento da região. Por exemplo quando pedimos o selo para a credencial parece que estamos a pedir algo de suspeito. Aconteceu concretamente em Ribadavia num bar da zona histórica que ao pedirmos o selo, nos responderam que o caminho para Santiago não passa por ali e então que fossemos à Oficina de Turismo.

Em Entrimo aconselhamos a publicitação do hotel Entrimeña que tem condições agradáveis a um preço normal, 35 € para um quarto de duas camas. Também nesta localidade o restaurante Casino foi muito acolhedor e trataram-nos de forma exemplar.

É preciso fazer um esforço para sensibilizar algumas pensões e restaurantes que a peregrinação não é turismo, disponibilizando menus peregrino e dormidas mais em conta, uma vez que os peregrinos começam a sua jornada geralmente muito cedo, não estando propriamente relaxados para desfrutar das condições do turismo rural.

Na pensão Lucita, em Berán, o único lugar onde se pode dormir, é preciso ter alguma moderação. A pensão é muito antiga mas para o peregrino é ajustada. Acontece que na hora de pagar, a senhora esticou-se um pouquinho sem grande justificação. Não quisemos reclamar para não estragar o espirito da peregrinação.

De enaltecer o empenhamento das pequenas empresas, sobretudo de Soutelo dos Montes e de Codeseda em promoverem o caminho, comunicando entre si a chegada de peregrinos, tirando fotos e publicitando na imprensa local. Aqui agradecemos os momentos de conversa com Luis Ferro Pego de Codeseda, particularmente envolvido na promoção do caminho.

Existem algumas divergências entre as distâncias declaradas no guia e aquelas que foram obtidas no nosso GPS, contando que nunca nos perdemos, quando muito aconteceu umas quatro cinco vezes, caminharmos cerca de 50 m e voltarmos ao trilho anunciado.

Apesar de esperarmos duas horas para obter a Compostela, a Oficina do Peregrino parece começar a conhecer este caminho, contudo ainda fazem muitas perguntas para confirmarem por onde passamos, etc.

Fui com o meu filho Gonçalo, sendo a sua primeira vez num caminho de Santiago e parece que não podia ter melhor escolha para a primeira vez. Eu já fiz o francês duas vezes, uma de St. Jaen-de-Pied-Port e outra de Burgos. Também o português de Ponte de Lima. Mas o da Geira Minhoto Arrieiros, talvez fosse aconselhável um único nome consensual, entre Portugal e Galiza, para a partir dele se promover sem qualquer dúvida.

Esperemos que os políticos locais quer de Portugal quer da Galiza, não confundam, atrapalhem, encruzilhem este caminho a troco de interesses exteriores ao próprio caminho. Este caminho tem todas as condições para ter sucesso porque é em todas as suas dimensões, maravilhoso!!!